terça-feira, 26 de junho de 2012

Conheça oito benefícios dos treinos de alta intensidade para entrar em forma

Exercício conquista quem quer resultados em pouco tempo

Se você faz parte dos que ainda não atingiram os seus 150 minutos de exercícios semanais recomendados, ficará feliz em saber que uma nova pesquisa sugere que talvez você não tenha. O bom condicionamento físico sofreu uma mudança em direção a treinos curtos, porém intensos, um conceito de treino conhecido como treino intervalado de alta intensidade (em tradução livre, HIT: high-intensity interval training).
— O HIT envolve a alternância entre esforços de alta e baixa intensidade — afirma o professor Martin Gibala, do departamento de cinesiologia na Universidade McMaster, no Canadá.
Pesquisas têm mostrado uma fartura de resultados positivos do número cada vez maior de estudos sobre HIT: em termos de avaliação psicológica e de performance, incluindo a capacidade aeróbica, metabolismo de carboidrato e sensibilidade à insulina. Isso poder tornar o HIT tão vantajoso para um diabético com sobrepeso quanto para alguém treinando para correr 10 quilômetros.
Primeiro Gibala examinou os efeitos de explosões curtas de esforço no bom condicionamento em 2005. Os participantes do estudo — que eram pessoas ativas, mas não eram atletas — andaram em bicicleta ergométrica em explosões de 30 segundos. Cada esforço foi intercalado com descansos de quatro minutos ou um pedalar leve, e repetido de quatro a seis vezes, três vezes por semana. Dentro de duas semanas, os participantes foram capazes de dobrar a quantidade de tempo que conseguiam pedalar em uma intensidade pré-determinada, de 26 a 51 minutos.
Uma pesquisa da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, mostra que depois de apenas duas semanas de HIT, homens sedentários obtiveram redução nos níveis de glicose e insulina.
— O treino de alta intensidade vai em direção a dois dos maiores benefícios dos exercícios: sensibilidade à insulina e capacidade aeróbica — resume Gibala.
Cuidados para os sedentários
Como a falta de tempo é a razão mais para que as pessoas não se exercitem, é certamente atraente poder completar uma série de exercícios em menos tempo. Porém, o professor Paddy Ekkekakis, do Departamento de Saúde e Performance Humana da Universidade Estadual de Iowa, afirma que não existe evidência de uma maior adesão.
— Embora sedentários afirmem com frequência que a falta de tempo não os permite se exercitar, não existe indicação que isso seja verdade. Tampouco existe qualquer evidência científica de que os desconfortos provocados por exercícios de alta intensidade tenham um resultado aceitável, sobretudo para sedentários — afirma Ekkekakis.
Os oito benefícios do HIT
1. Eficiência — ideal para agendas lotadas. Pesquisas mostram que você pode alcançar mais resultados em meros 15 minutos de treinamento intervalado (feito três vezes por semana) do que correr em baixa intensidade por uma hora. Apenas duas semanas de treinamentos intervalados de alta intensidade podem aumentar sua capacidade aeróbica tanto quando seis a oito semanas do treinamento de resistência aeróbica de intensidade baixa e moderada.
2. "Queima" mais gordura — não é apenas consumir mais calorias durante o treinamento, mas ter seu metabolismo elevado por horas após o fim do exercício. Isto significa que você consumirá mais calorias nas próximas 24 horas após o HIT, do que se realizasse um exercício com frequência moderada por mais tempo.
3. Fortalece o coração — muitos não estão acostumados a fazer exercícios nas zonas anaeróbicas (aquele lugar "agradável" aonde você tem dificuldade para respirar e parece que seu coração vai saltar fora do peito). Mas nestes casos, treinamentos intensos produzem resultados extremos. Um estudo de 2006 mostrou dados onde, após 8 semanas fazendo treinamento HIIT, os sujeitos podiam pedalar duas vezes mais distante do que eles podiam antes do estudo, enquanto mantivessem o mesmo ritmo.
4. Não exige equipamentos — correr, pedalar, pular corda, remo, natação todos permitem a realização de treinamentos intervalados intensos, mas você não precisa de nenhum equipamentos especial para realizar estas atividades. Corrida rápida, saltos sobre plataformas, agachamentos com saltos ou qualquer trabalho que faça com que a frequência cardíaca suba rapidamente pode ser utilizado.
5. Você perde peso — enquanto alguns estudos cardiovasculares de baixa intensidade relacionam os treinamentos à perda de massa muscular, estudos mostram que o treinamento com pesos(musculação) + HIIT ,conjuntamente, tem preservado o difícil ganho de massa, enquanto a maior redução de peso esta relacionada da redução das reservas de gordura.
6. Aumenta o metabolismo — para aumentar a consumo calórico diário e preservar os músculos, os treinos intervalados de alta intensidade são capazes de estimular a produção do hormônio do crescimento (HGH) até 450% durante as 24 horas após o fim do treinamento. O HGH é responsável pelo aumento do gato calórico e por reduzir o envelhecimento.
7. Pode ser feito em qualquer — você pode fazê-lo em qualquer lugar. O treinamento intervalado de alta intensidade é simples em seu conceito - faça o máximo de esforço por um período de tempo seguido de um período de descanso e repita. Ou seja: você pode adaptá-lo a qualquer espaço e tempo que você tenha disponível.
8. Testar e ampliar seus limites — este não é um treinamento que você possa fazer enquanto lê uma revista ou conversa com um amigo. Pelo treino ser curto e intenso, você precisa trabalhar forte o tempo todo. O formato deste treinamento oferece um desafio aos atletas experientes e uma forma de ver resultados rápidos para quem esta começando. É um desafio para todos os tipos de praticantes.

FONTE: BEM - ESTAR

 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Investir em programas de bem-estar será um grande diferencial para as empresas no futuro

O economista e pesquisador Sean Nicholson mostra como seria possível calcular o custo-benefício de um trabalhador saudável

Convencido de que o argumento financeiro é o mais eficaz para convencer gestores sobre a necessidade de investir em programas de bem-estar nas empresas, o economista Sean Nicholson e um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos se esforçam para transformar em cifras a relação entre saúde e produtividade. Em uma dessas pesquisas, chegaram à conclusão de que cada dólar investido na saúde da equipe gera um retorno de seis dólares em produtividade para a empresa. Porém, a longo prazo.
— Em países em desenvolvimento econômico, como o Brasil, investimentos sérios nessa área serão grandes diferenciais para a retenção de talentos, pois os trabalhadores têm muitas opções — argumenta Nicholson.
No entanto, para o diretor da Upstate Health Research Network e professor da Cornell University, ainda é preciso gerar mais dados convincentes sobre os ganhos efeitvos para a empresa. Em busca de debatedores para o painel de Nicholson no 12º Congresso de Stress da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), realizado esta semana em Porto Alegre, a presdidente da Isma-BR, Ana Maria Rossi, comprovou a escassez de dados.
— Não é que as empresas não invistam, elas até realizam programas, mas ainda não atentaram para calcular o retorno desse investimento para o negócio como um todo — explica Ana Maria.
Para o coordenador executivo do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), Luiz Ildebrando Pierry, essa preocupação deve estar presente na definição de metas para acompanhar o desempenho de programas desenvolvidos para cuidar de trabalhadores e seus familiares. Pierry explica que três dos 11 aspectos que são considerados em avaliações de qualidade têm relação direta com a gestão de pessoas, mas contempla a geração de indicadores para demonstrar o custo-benefício apenas de forma tangencial.
— Uma empresa que não faça reflexões acerca dos benefícios oferecidos ao trabalhador terá dificuldades de desempenho — observa Pierry.
Como calcular
Na prática, fechar essa conta exige levar em consideração uma série de dimensões da qualidade de vida e das rotinas da empresa, muito além dos custos médicos de um trabalhador doente. Segundo Nicholson, um programa para melhorar a qualidade de vida dos funcionários pode, potencialmente, trazer quatro ganhos a uma empresa: redução nos gastos médicos (para os funcionários e seus familiares); redução nas faltas; melhoria na produtividade; redução na rotatividade, devido às percepções dos funcionários do pacote total de remuneração associado ao emprego. O mais fácil de calcular é o primeiro, mas ele é apenas a ponta do iceberg, na visão do pesquisador.
Para facilitar a compreensão, Nicholson dá exemplos: uma companhia de energia elétrica deve distribuir a mesma quantidade de energia todos os dias, independentemente de quantos funcionários estejam trabalhando. Se um operário falta, outro será sobrecarregado, provavelmente gerando um custo de horas extras para a empresa. Em áreas com maior nível de formação, a conta é bem mais complexa. Um comissário não pode substituir um piloto, por exemplo. Nesse caso, o prejuízo da ausência do piloto para a companhia aérea é de todo um voo que teve de ser cancelado ou remarcado.
— Esse quadro revela um problema que fica mascarado no dia a dia: o funcionário mais operacional falta o trabalho, mas o mais especializado vai até o seu limite — comenta a diretora de marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Estado (ABRH-RS), Andréa Müssnich.
A empresa pode agir sobre isso com um controle mais rígido sobre o ponto e uma gestão mais próxima do colaborador para identificar sinais de esgotamento, sugere Andréa. Mas o trabalhador também tem que fazer sua parte.
— Declinar de um cargo, mudar de departamento ou até trocar de empresa são opções que podem ajudar a evitar que o estresse resulte em problemas de saúde mais graves — recomenda Ana Maria Rossi.
Caminho é focar na prevenção
Garantir assistência médica por meio de planos corporativos já é uma prática comum. Nos Estados Unidos, 160 milhões de americanos não idosos — quase metade da população — têm seu seguro-saúde fornecido pela empresa. No Brasil, conforme a Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dos 47,6 milhões de planos de sáude no país, 29,7 milhões são custeados por empresas. Além disso, a legislação trabalhista prevê proteção laboral ao trabalhador com relação a riscos de saúde. Isso, somado ao fato de que custos médicos e indenizações formam a menor fatia dos gastos, leva para um outro caminho de gestão da saúde nas empresas, com foco na prevenção de fatores de risco.
Envio de boletins informativos por e-mail, academia gratuita, campanhas antitabagismo e enfermeiras disponíveis para acompanhamento de trabalhodores que são doentes crônicos são algumas das alternativas mencionadas por Nicholson, mas a receita varia das necessidades e possibilidades de cada organização.
Um grupo de corridas organizado pela empresa era o empurrão que a analista de auditoria médica Raquel Cardoso, 36 anos, precisava para perder peso sem ser vítima do "efeito sanfona" gerado pelas dietas. Estimulada pelos colegas de trabalho, começou a participar do grupo em outubro do ano passado, correndo três vezes por semana. Já perdeu 11 quilos e percebe o impacto no dia a dia.
— Tenho mais autoestima e mais disposição para o trabalho, assim como para outras áreas da minha vida — descreve.
Na avaliação de Raquel, o benefício do grupo de corridas reflete também em valor simbólico para a empresa onde trabalha há nove anos: mostra que está preocupada com o funcionário e aumenta a adesão às atividades.
A assistente administrativa Helenice Tomaz, 29 anos, está há 50 dias sem fumar, depois que entrou em um programa antitabagismo oferecido pela empresa. Funcionária há cinco anos, resolveu transformar em atitude a ansiedade e o desconforto gerados por não poder fumar durante o expediente.
— Depois que participei do grupo, estimulei outra colega a fazer o mesmo. Sinto que durmo melhor, estou menos cansada e ansiosa, sem contar a asma, que melhorou — enumera.
Sinais de alerta
A psicóloga e presidente do Isma-BR, Ana Maria Rossi, aponta os principais sinais de alerta do corpo:
:: sono e cansaço excessivo
:: abuso de álcool
:: aumento no consumo de café ou cigarro
:: perda ou ganho excessivo de peso
Estresse em números
:: No Brasil, 70% da população economicamente ativa sofre de estresse
:: Destes, 30% sofrem com o nível mais devastador da doença, conhecido como "burnout"
Queixas mais comuns
:: 86% dos executivos brasileiros relatam dores musculares, incluindo dores de cabeça
:: 81% relatam ansiedade
:: 49% disseram ficar mais agressivos
::18% já tiveram alguma explosão de raiva
Fonte: Isma-BR

BEM-ESTAR